Uma pessoa espírita costuma ter relacionamentos também espíritas, frequenta um Centro Espírita, participa de eventos presenciais e online com muitos outros espíritas de todo o Brasil e do mundo! Recebe mensagens, assiste filmes, vê vídeos, sites, portais, lê livros, jornais, revistas, blogs, etc.
Segundo a pesquisa Mercado Editorial Espírita 2017, o movimento espírita tinha, neste ano, 8.407 títulos de livros escritos por 1.691 autores, em mais de vinte gêneros e produzidos por 181 editoras espíritas.
Tudo isso dá a impressão de que os espíritas são muitos, mas, a realidade mostra um grupo atuante, embora ainda pequeno.
Este estudo procura se fundamentar em fatos e se aproxima bastante da realidade, indicando que há inúmeras oportunidades para oferecer o conhecimento espírita a muitas pessoas e, assim, ajudar, não só a manter viva a doutrina, mas favorecer o seu crescimento e desenvolvimento.
Não é tarefa das federativas, das instituições espíritas, mas de todos os espíritas.
Espiritismo no mundo
O espiritismo, como vimos, surgiu na França na segunda metade do século XIX e, então, espalhou-se pelo mundo. Atualmente, acredita-se que exista cerca de 13 milhões de espíritas espalhados pelo planeta.
A difusão do espiritismo formou o Conselho Espírita Internacional, instituição que une os espíritas, amplia o conhecimento sobre a doutrina espírita e promove obras de caridade. Esse conselho, atualmente, é formado por representantes de 36 países da América, Europa, África e Oceania.
Espiritismo no Brasil
O Brasil é o país que mais tem fiéis do espiritismo no planeta, com cerca de 3,8 milhões de espíritas. O espiritismo chegou ao país já na década de 1860, ganhando força quando um educador francês chamado Casimir Lieutaud traduziu e publicou aqui o primeiro livro espírita, uma obra chamada Os tempos são chegados.
A cidade de Salvador foi palco do primeiro centro espírita brasileiro, fundado por Teles de Menezes, um jornalista. Esse local se chamava Grupo Familiar do Espiritismo, e foi fundado em 17 de setembro de 1865. O espiritismo no Brasil também ficou marcado pela obra de Chico Xavier, o médium mais importante da religião depois de Allan Kardec.
Em 1991, os espíritas eram 1,12% e no Censo 2000 passamos para 1,38%.
Os evangélicos alcançaram 22,2%, os católicos caíram para 64,6% e aqueles que se declararam sem religião totalizaram 8,0% dos brasileiros. Todas as outras religiões estão nos 3,2% restantes, incluindo as respostas “não sabe/não declarou”.
A idade média do espírita foi de 37 anos no Censo 2010 e está atingindo 50 anos na PNP – Pesquisa Nacional para Espíritas 2021. A presença de jovens nas casas espíritas tem fortes indícios de estar em baixa há, pelo menos uma década. Boa parte dos novos espíritas possuem mais de 40 anos.
Entrando menos pessoas jovens, o ciclo perde alimentação e o movimento pode baixar gradativamente o número de espíritas. Fator preocupante. Será necessário realizar ações e campanhas de comunicação por todo o Brasil, além da atuação em pontos específicos que, certamente, poderão colaborar com essa evasão.
Pontos como uma gestão mais moderna das instituições, descentralizando decisões, oferecendo aos jovens a oportunidade do serviço com responsabilidade e também com a autoridade equivalente. Manter a casa sempre aberta ao diálogo, criando canais facilitadores com seus trabalhadores e frequentadores. Oferecer espaço para a análise doutrinária das questões sociais atuais e rever eventual posicionamento excessivamente religioso no padrão das religiões tradicionais, uma vez que a doutrina é religião apenas do ponto de vista da filosofia. Criar a mentalidade da autonomia moral espírita, que privilegia a liberdade e o aprendizado, longe das ideias de recompensa e punição.
