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Espiritismo

EURÍPEDES BARSANULFO

Vários são os relatos de sonhos nos quais os homens travaram contato com os Espíritos Superiores, recolhendo, dessa forma, preciosos ensinamentos.✨✨

Eurípedes Barsanulfo, abnegado trabalhador do Cristo, certa noite, enquanto seu corpo físico repousava através de sono reparador, viu-se transportado em Espírito, a uma região distante da Terra.

Sentia-se conduzido por braços intangíveis à vasta campina verdejante.🌳

Um lugar de aspecto agradável, onde se podia ouvir constante melodia no ar, e onde a brisa espalhava suave perfume de flores silvestres.

Deteve-se por alguns instantes a contemplar aquela paisagem desconhecida e, ao mesmo tempo, extremamente envolvente quando avistou, ao longe, um homem que meditava, envolvido por sublime luz.

Atraído pelo desconhecido, aproximou-se...

Mas, ao chegar mais perto deteve-se trêmulo...

Algo lhe dizia, no íntimo, para que não avançasse mais...

E, num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo.

Baixou a cabeça, constrangido pela honra inesperada, e ficou em silêncio, sentindo-se incapaz de voltar ou seguir adiante.🙌

Recordou, instintivamente, as lições do Sublime Galileu, os templos do mundo, as homenagens prestadas ao Senhor, na literatura e nas artes, e a mensagem Dele a ecoar entre os homens, há mais de vinte séculos...

Ofuscado pela grandeza do momento, começou a chorar...

Grossas lágrimas banhavam-lhe o rosto, quando adquiriu coragem e levantou os olhos, humilde...

Ousou olhar nos olhos do Mestre, e percebeu que Jesus também chorava...

Tomado de profundo sofrimento por Lhe ver o pranto, desejou fazer algo que pudesse reconfortar o Amigo sublime...

Afagar-Lhe as mãos, beijá-las num gesto de extremo reconhecimento pelo Seu amor, jogar-se aos Seus pés...

Mas estava como que chumbado ao solo, sem forças para dar um passo à frente.

Pensou, no entanto, que os responsáveis pelas lágrimas do Cristo fossem as criaturas que, até hoje, na Terra, Lhe atiram incompreensão e sarcasmo, ignorando Seus sublimes ensinamentos.

E, nessa linha de pensamento, não se conteve. Abriu a boca e falou suplicante:

Senhor, por que choras?

O interpelado nada respondeu.

Desejando certificar-se de que estava sendo ouvido, Eurípedes perguntou outra vez:

Acaso choras pelos descrentes do mundo, Senhor?

O Mestre olhou-o demoradamente e depois respondeu com voz compassiva e doce:

Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amar. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam...

Eurípedes não saberia descrever os sentimentos que lhe invadiram a alma naquele momento.🙏

E, como se caísse em profunda sombra, ante a dor que a resposta lhe trouxera, desceu, desceu... E acordou no corpo físico.

Era madrugada. Não conseguiu mais conciliar o sono e levantou-se.

Desde aquele dia, sem comunicar a ninguém a divina revelação que lhe vibrava na consciência, entregou-se, como professor que era, aos labores da educação, dedicando-se aos alunos como se fossem seus filhos.

Atendeu aos doentes e aos necessitados de toda ordem, sem descanso, em nome do Cristo, a quem passou a seguir com mais fidelidade.🙌🙏✨

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 27,do livro A vida escreve, pelo Espírito Hilário Silva, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ed. FEB.

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